Tony esfregou os olhos e se espreguiçou bem. Ele coçou atrás das orelhas, pulou de pé, caiu sobre as quatro patas e abanou seu pequeno rabo peludo. Veja você, Tony era uma lebre. Ele vivia com sua mãe, pai e irmãzinha em um capinzal bem no meio de um milharal.
Mas o milho estava amadurecendo agora, e, ao redor deles, grandes e aterrorizantes máquinas começaram a rugir e roncar. O pai de Tony explicou que as pessoas estavam colhendo o milho. Tony não entendia por que não podiam simplesmente recolher as espigas com as patas, como ele fazia. Mas uma coisa era certa: as máquinas estavam se aproximando, e logo sua toca não seria mais segura.
“Acho que é hora de nos mudarmos,” disse a mãe lebre, enquanto mordia uma espiga de milho suculenta na manhã seguinte.
“Você está certa,” concordou o pai lebre, “de qualquer forma, todo o milho vai desaparecer em breve. E, com todas aquelas máquinas por perto, não poderíamos arriscar pôr o nariz para fora da toca.”
A irmãzinha de Tony, Tessa, ainda não sabia falar. Ela apenas os observava com seus grandes olhos redondos, enquanto mastigava uma cenoura crocante.
E assim foi. Eles não tinham muitas coisas para empacotar ou preparar. As lebres usam casacos de pele o ano todo, comem o que a natureza fornece e brincam com o que encontram pelo caminho. Ao meio-dia, quando o sol estava alto no céu, as máquinas se calaram. As pessoas tinham saído um pouco para descansar e almoçar. Era hora de a família lebre partir. A mãe lebre deu uma última olhada ao redor, enquanto as jovens lebres corriam entusiasmadas atrás do pai, em direção às novas aventuras.
“Ah, bem,” disse a mãe lebre, ao se despedir do antigo lar,…